sexta-feira, 29 de junho de 2018

Grito,
berro,
arranho,
as têmporas,
na tentativa de fugir ao que o meu peito quer agarrar.
Este sentimento belo que pintas de preto, como se o meu amor fosse um sublime susto.
Escondo as palavras que te quero dizer, sobre um discurso racional que me causa um vazio no corpo todo,
tornando-me água.
Incolor.
Sem sabor.
Mas continuo a beber do teu veneno, que me mata a sede da paixão, mas mata-me a alma.
A paixão é somente dor, disseste-me tu um dia.

Paz

Um poema que escrevi para uma pessoa especial, que é água e fogo, paixão e mistério


Gasta o coração
como o viajante
  que gasta as solas dos sapatos.
Tu, que transbordas amor,
dá, saboreia, entrega.
Esgota o peito
até a respiração te doer.
Chora abraçada ao teu peito,
e cura-te nesse amor que não acaba.
Entrega-te à peça que ainda não foi criada,
à imagem que não existe ainda de ti.

Vai-te construindo,
pedra a pedra,
lágrima a lágrima.