sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Rir até me aperceber que Não Existo

A solidão apoderou-se de mim.
Sempre esperou que fosses embora.
Pacientemente,
Como cotão por baixo da cama
Agora passo os dias
Rodeada de livros e poesia
Para o meu corpo
Habituar-se à tua ausência.
Esta solidão
Imutável,
Sufocante-
Oh! Como sinto falta do teu toque,
Da tua presença,
De me despreocupar do meu ser
Complexo, sofredor.
As minhas mãos tremem.
Mas não sinto nada.
Morri por dentro?
Habituei-me à solidão?
À minha própria companhia?
Mas eu não gosto de mim.
Gostava de ser outro ser.
Gostava de ser simples, ignorante
Gostava de não gostar de ler,
Ou de ver filmes da Soffia Coppola e do David Fincher.
Gostava de suportar a música da rádio,
De ir a discotecas e bares,
De descontrair.
De me sentir confortável com o meu ser.
Mas tudo me entristece,
Tudo me deprime
Gosto de estar fechada nestas quatro paredes,
De sentar-me num canto e chorar.
Sinto a tua falta.
Tu toleravas o meu ser odioso.
Gostava de gritar, agarrar os teus cabelos e rir,
Rir até me aperceber que não existo.


Uma poesia escrita há uns dias com algum improviso do momento.
Janeiro de 2016

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