Há já algum tempo que estou a ler Orgulho e Preconceito de Jane Austen, mas em inglês (estava a 3 euros na Fnac, não resisti) e como era uma história que há muito que queria ler, arrisquei! NÃO O FAÇAM! Ler Clássicos da Literatura em inglês é um erro, só se forem peritos na língua. Eu não tenho dificuldades no inglês, mas Orgulho e Preconceito é um romance do género Os Maias, portanto, leitura complicada que exige muita atenção e persistência. Ler é das minhas maiores paixões, aliás, o meu objetivo é ler 50 livros este ano (estabelecido no GoodReads!).
Devido à leitura complicada, eu não estava a perceber nada da história, só sei que adorava a Elizabeth Bennet por ser uma visionária e muito avançada para a sua época, mas não sabia quem eram 80% das personagens! E como ontem, 16 de Janeiro, o filme passou na RTP1, eu não consegui persistir, e sentei-me no sofá. Foi a melhor coisa que fiz esta semana, porque assim motivou-me muito para ler a história, porque esta é maravilhosa! Apaixonei-me por este romance maravilhoso!
A história passa-se no século XVIII, um século marcado pelas diferenças sociais e pelo preconceito. E não só, as mulheres tinham como obrigação casar, de modo a terem uma casa e reconhecimento social. Eu, com olhos do futuro, olho para uma sociedade fútil, que baseia-se nas primeiras impressões, que repugna alguém por não possuir um bom vestuário ou uma casa enorme e com mobília caríssima. Quer dizer, vendo bem, a nossa sociedade não mudou muito. Tudo se baseia na aparência. Apesar de que, no século XVIII, havia os ricos e os pobres. A família Bennett, uma família do campo, com pouco dinheiro, tinha como maior preocupação, casar as 5 filhas. A que se destaca destas cinco, é Elizabeth, que apenas quer casar por amor, e não tem receio de expor as suas opiniões, algo muito raro para a época, onde as mulheres deviam ser submissas e casar com quem os pais consentissem e quisessem. Este é dos primeiros livros com um feminismo muito leve, o que me fez adorar o filme (e meio-livro).
Choca-me como pessoas da minha geração não são feministas. Eu não me considero extremamente feminista e nem é um tema que aborde muito nas minhas conversas e discussões, mas é algo muito importante, porque ainda há desigualdade de género, e é algo que tem de ser combatido. Chateia-me profundamente o facto de ter medo de voltar para casa à noite com receio de ser assaltada e/ou violada. À cerca de dois meses, duas raparigas foram violadas perto de minha casa. Deixou-me muito receosa, porque isso aconteceu eram apenas 23h da noite, e às vezes chego tarde a casa. O feminismo não é estúpido nem idiota, é um pensamento que deve estar em todas as mentes. Respeitar o ser humano, independentemente da sua raça, sexo, crenças, orientação sexual, valores, etc. O ser humano deve ser livre, e não viver com receio. Ser mulher ainda é difícil. Estar mal humorada e ouvir "Deve estar com o período esta", não é correto. Andar na rua e ouvir "és toda boa, comia-te toda", é simplesmente grosseiro e nojento, uma falta de respeito. Sejam humanos e não olhem apenas para o vosso umbigo e respeitem quem está à vossa volta. Só assim esta sociedade poderá viver minimamente em paz.
Uau, supreendo-me como salto de um romance histórico para um tema atual. Daí adorar literatura. Podemos relacionar cada livro a determinado assunto, acontecimento, momento...
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