domingo, 15 de maio de 2016

Minúscula

hoje acordei de olhos vendados,
não via escuro,
via todas as cores,
a efervescer-me a mente,
uma luz triste - negra.
não me olhei ao espelho,
está tudo distorcido.
onde estás? grita o meu nome,
sussurra o teu amor,
segura-me a mão,
guia-me.
já te disse que vejo mas não vejo,
ceguei-me durante o sono,
será a morte?
esta leveza, estas cores,
será a morte?
eleva-me, querido, faz-me crer,
que piso a vida,
que piso o teu chão,
que ainda vejo os teus olhos.
chamaste-me? grita, por favor,
ceguei-me, ensurdei-me.
toca-me, já disse, toca-me!
estás áspero, frio,
quem és tu?
que agonia esta!
pisaste-me? era o teu pé?
espera, mas quem és tu?
eu só quero ver os olhos azuis,
os olhos azuis do meu bem amado,
só quero o calor do seu toque.
oh amor, guia-me, guia-me.
estou viva eu sei que estou,
que sensação nova é esta.
perdi-me nos teus cabelos?

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