domingo, 30 de abril de 2017

Às vezes, só me apetece tirar as roupas do meu corpo, entrar nos meus lençóis, colocar-me em posição fetal e adormecer.
Parece que mais nada existe sem ser a escuridão e a minha existência.
Depois acordo, e há luz, tanto luz, tanta vida.
E fico cansada. Aliás, exausta.
Hoje só quero ficar aqui. Eu e o nada.
Absolutamente nada.
A minha cabeça está às voltas, o meu coração aperta-se, a solidão está a bater à porta.
Porém, serena eu estou.
E olho para a desarrumação do meu quarto, para o meu caos de estar.
Que interessa.
Nada interessa.
Tudo é tão insignificante.
Eu poderia desaparecer eternamente nesta escuridão.
Que diferença faria.
Eu só quero dançar entre as árvores e apaixonar-me loucamente por um sorriso.
Mas os lençóis aconchegam-me e puxam-me. Agarram-me, impedem-me. Sussurram que estou bem, que aqui estou bem. Não há turbulência.
Lá fora há tanta turbulência. Tanta dor. Tanta sensação.
Fica aqui.
Adormece, e vive nos teus sonhos.
Estás linda.

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