quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Inveja
Por vezes olho para o meu gato deitado no parapeito da janela,com o sol a iluminar-lhe parte do corpo e invejo-o. Eu, a fervilhar em pensamentos, com dores no peito, na cabeça, sempre em dúvida com o meu ser, e este pequeno corpinho dorme profundamente, sem preocupações, sem questões. Dorme, apenas. Como o invejo! Ser apenas um gato. Não pensar, não sofrer, não entender. Ser inconsciente de tudo isto que me rodeia, não sentir a dor de não compreender, a dor de não conseguir conhecer. Que pleno ele se deve sentir. Ou não. Se calhar não sente nada, apenas o conforto do calor do sol, do abraço do meu corpo, da manta em que pousa. Assim vive ele, fechado nestas quatro paredes, sem consciência da sua falta de liberdade, porém, curioso eternamente no que aqui vê, sejam lápis, talões, ou apenas a tampa de uma caneta. Tudo tão simples. Tudo uma novidade supérflua. Quão feliz eu seria, se todos os meus problemas se dissipassem quando fecho os olhos...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário