Recordo-me perfeitamente dos nervos que senti ao estar à frente de todos os meus colegas. Sempre fui a rapariga tímida e calada, mas sei que os meus colegas gostavam de mim e simpatizavam comigo. No entanto, ao estarem todos a olhar para mim atentos, provocava-me tremores na voz, tendo eu também uma enorme insegurança na minha voz e postura. Contudo, quando acabei de ler e olhei para os rostos dos meus colegas, vi a tristeza. Aqueles meus colegas que passavam a vida a gozar com as mães uns dos outros, estavam agora com um brilho nos olhos, a trocarem palavras queridas entre si. Pois o poema dizia, muito resumidamente, que a amizade acaba. Cada um segue o seu caminho, e aqueles momentos partilhados tornam-se memórias, as pessoas com quem nutrimos uma enorme amizade, tornam-se rostos esquecidos nos nossos corações. E os meus colegas, que pareciam uns insensíveis diariamente, estavam agora aos abraços e com medo do futuro.
Senti uma pequena felicidade no peito. Sorri. Sorri abertamente. Que feliz fiquei por um pequeno poema ter tocado tanto nos corações dos meus colegas! Nunca vou esquecer aqueles rostos tão novos, iluminados, aqueles abraços e palavras queridas.
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