segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Não me pergunto muitas vezes o porquê da minha existência e o que faço aqui, neste lugar indefinido. Acho que caí no conformismo, ou vejo outra coisa. Olho para o céu estrelado e vejo apenas isso e faz-me aperceber da minha insignificância, da minha inutilidade, no entanto, esse pensamento abandona-me quando volto à minha realidade: este quarto. Estes móveis, estes livros, esta confusão de objetos, de pensamentos, de sentimento e de gritos inaudíveis. Sou eu. É isto.
Existo aqui, agora, onde procura algo que saiba fazer, dentro desta pequena dimensão, neste sistema de farsa, de colisões, de iludidos. E, cheguei à conclusão, que apesar do seu inferno, eu encontro mais amor que ódio. Não é este quarto que me motiva nem os objetos dentro de si, nem o dever que me faz levantar todos os dias. São as pessoas. As pessoas. São esses pequenos grandes mundos que me motivam, aliás, a todos nós. Precisamos de nós. Tudo o que fazemos, fazemos na esperança de sermos amados, de sentirmos o toque quente de outro ser humano. Eu só queria que as pessoas chegassem a essa conclusão. Que o amor é a única coisa pura que partilhamos, é comum em nós, em cada um de nós. Todos conseguimos amar.

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