Teresa e Mariana, ambas loucas de amor pelo mesmo homem, uma amada, outra adorada. Que dor senti ao vosso infortúnio!
Teresa, que amas loucamente, que renuncias o teu nome, a tua família, para abraçares um futuro feliz, nas águas do Mondego, de mãos dadas com o teu amado que tanto te estima. Mas, ó querida, que amor impossível esse! Apenas sonhos agoiros de uma jovem de 18 anos. Mas, tu, Mariana, o teu amor é tão belo, que doce almas és, Mariana! Limpaste as lágrimas, ouviste amargas palavras que saiam da boca do teu amado que ama outra, e mesmo assim, entregaste os teus desejos e sonhos, o teu amor, a um cadáver que morreu por outra! Tu, linda Mariana, sentiste o verdadeiro amor, Morreste por um homem que nunca te amou, mas ele queria, ele sabia de todo o teu amor, da existência dessa alma superior a todas, mas os sentimentos são inexplicáveis, são irracionais, Mariana. Só querias o teu amado feliz, e amaste sem medo, sem ciúme, sem inveja. E morreste com ele nos braços, e ele morreu da febre do amor, mas não por ti, foi por Teresa, e tu sabes disso. O que tu sofreste! Como eu lamento, Mariana, como eu lamento a tua infelicidade, a tua ingenuidade, a tua loucura, mas também a tua força.Tenho tanta pena do teu sacrifício por um homem que nunca o faria por ti,mas tu não sabes o que isso é, só sabes o que é o amor na sua totalidade, não amas pouco, não amas metade, amas tudo. E agora estás morta, agora respiras água e estás sozinha. Como eu lamento.
(um pequeno texto/review sobre o livro Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco)
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