sexta-feira, 29 de julho de 2016

Basta-me

(texto escrito na praia)

Escrevo enquanto oiço as conversas entre as gaivotas, as ondas umas contra às outras e a nascente do rochedo. Como as palavras se tornam insignificantes aqui! Não, não quero ouvir palavras, não preciso delas aqui. Tenho o mar, tenho as rochas, tenho as gaivotas e ainda o barulho da minha mente, que tanto me atormenta, oh, mas quando ela desliga! Fico eu e a imensidão selvagem da natureza. A pureza da vida. Eu, ser humano insignificante, a sentir a areia na pele e o mar na minha carne e mergulho, mergulho eternamente nas ondas que me querem levar com elas para a sua profundeza, mas eu quero vida. Quero viver, quero sentir, sentir tudo a viver. Quero ouvir todos os mares desta existência. Que minúscula sou! Que coisa insignificante nasceu. Existo apenas para ver isto? Como isso basta! Nasci para sentir o mar, para ouvir as pedras, para engolir palavras. Ah! Como isso me basta!

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