E, quando a dor aperta,
queremos visitar essas fotografias,
para abraçá-las de novo,
a dor aumenta.
Elas não existem mais.
Apenas caminham e pisam o nosso coração,
outrora delas.
Lembramos o que elas foram,
mas não sabemos o que elas são hoje.
E as fotografias fazem-me pensar,
fazem-me sentir,
o amor que senti no passado por elas,
que também já não existe.
Nem eu existo nessas pessoas.
Também sou uma pasta esquecida,
misturada num presente e num futuro,
que hoje não pertenço.
E caminhamos em caminhos opostos,
e as nossas mãos não se tocarão,
mas lembro-me da suavidade da tua pele,
e lembro-me do teu afecto,
e sei que um dia as nossas almas dançaram
esta noite chuvosa.
Mas os beijos não duram para sempre,
muito menos as danças,
então, recordemos esses dias com amor.
E levemos esse amor no caminho árduo,
que é a vida,
esta vida que a cada dia me come mais um pouco a alma.
Mas sorrio,
sabendo que a minha alma foi uma vez tua,
e a tua minha,
e que o amor existiu e esse nunca morre,
e que um dia,
não tive motivos para ser só solidão.
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