Segue-se um pequeno texto espontâneo, escrito à uns dias:
A vida está cheia de pequenos prazeres que preenchem a ausência de um outrora amado. Prazeres tão simples, tão insignificantes, como sentir os grãos da areia nas plantas dos pés, o cheiro a maresia ou escrever com um lápis afíadíssimo e, até, sorrir a um estranho. Para complicar e entregar-me à saudade? A saudade é eterna, ela não desaparece e quando achamos que sim, ela volta a bater-nos inesperadamente, à porta, mas é possível minimizá-la. Livremo-nos do vazio que deixaram nos nossos corações. Libertemo-nos da amargura da saudade e da morte, e bailemos ao som do mar. Seremos inconscientes por um instante. Esquecemos a fome, a morte, a guerra, a desgraça, no mundo horrível em que vivemos e expiremo-nos o ar puro da Natureza, soltemos os braços, deitemo-nos na relva. Vamos contemplar a vida. Para quê viver a dor todos os dias? Entreguem.-se à liberdade de sermos sozinhos. Fechem os olhos e concentrem-se nas sensações. Tão simples. Estamos vivos.
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