sexta-feira, 3 de junho de 2016
Sou uma tempestade, ou um vazio
Eu fui uma tempestade, uma tempestade tenebrosa, forte, cheia, viva, que quebrou a calma e a serenidade do teu mar. Cheguei para te partir as paredes, para derrubar o teu chão, e enchi-te com a minha alma e com os meus complexos. E tu abraçaste-os, amaste-os, aprendeste com os teus erros. E eu fugi, desapareci, deixei-te com cacos partidos da tempestade, essa tempestade que fui eu. E tu ficaste com os cacos para construir uma bela alma, a tua nova alma. E vais abraçar mais tempestades e vais amar, mas não vais ter mais cacos, porque foram com os meus que renasceste. O que eu gritei, o que eu chorei, o que fiz para renascer enquanto eu estava aqui. Mas as tempestades não são eternas. Eu não sou eterna. E deixei-te e amaste o que eu deixei. Nunca amaste o que fui, mas amaste o que eu deixei. E não te vou perdoar, por ser cacos, por ser pedaços para seres melhor. Não passarei de um agradecimento e de uma memória destrutiva. E as lágrimas derramam-me por ter sido uma tempestade passageira que permitirá uma vida calma, uma vida cheia, porque o vazio sou eu.
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