quarta-feira, 22 de junho de 2016

Review: Melancholia

Vi hoje, mais precisamente, agora, um filme de Lars von Trier, Melancholia e quis vir escrever uma review espontânea sobre o que sinto a este filme.

Estou apática. O filme é muito intenso, de todas as maneiras. Mas, resumindo, é um filme que retrata a solidão, na sua totalidade. Representa a insignificância do ser humano. O filme tem duas partes, focando-se, cada uma, numa personagem. Na primeira parte, assiste-se a um casamento aparentemente feliz, focado na noiva, e a sua felicidade vai diminuindo ao longo do filme, e esta é apoderada por um desprezo total pelo que lhe está a acontecer, quando na maioria das pessoas, é talvez o dia mais feliz da sua vida. Na segunda parte, assistimos ao pós-casamento, onde a personagem principal é a sua irmã, feliz com o seu marido rico e um filho pequeno. Paralelo a isto, um planeta aproxima-se da terra, trazendo consigo o medo da morte.

E como reagem as personagens perante ao apocalipse?
A noiva, depressiva, indiferente, triste, fica calma, serena perante à catástrofe.
A irmã, feliz, completa, fica em pânico, aterrorizada.

Que se conclui do filme?
A dimensão psicológica das personagens. A noiva, que conclui que estamos sozinhos, que não interessa morrer porque a morte é inevitável, assim como a solidão. E a irmã, que acredita na eterna existência, na vida, não só a humanidade, mas a vida na sua totalidade no Universo. Um filme sobre a depressão, a solidão, unidas ao fim. 
Mas nunca chegamos a conhecer as personagens. Quem elas são, o que fazem, o que sentem. Apenas o seu estado, a sua reação perante ao fim da existência, que nos aproxima do que poderiamos sentir nessa situação, quem seremos? O indiferente e conformista, ou o esperançoso e incrédulo? Existe vida além disto? Existe alguém além de nós? Ou é tudo indiferente? 

Aquilo que vejo é naquilo que acredito. Aceito a morte, aceito a inexistência do meu ser, mas não posso acreditar que somos só sozinhos. É isso que somos? Sozinhos? Sempre? Para sempre?
Todo o nosso passado, tudo o que somos, tudo o que fizemos e que somos, "sabem a cinzas". Somos todos sopros da existência limitada. Conformemo-nos ao destino, ao Fado. Demos as mãos, chorem os esperançosos, sorriem os serenos, fechem os olhos os inconscientes! Mas morremos de mão dada, para apagar um pouco essa solidão.



(peço desculpa se estiver medíocre, foi escrito na tentativa de transmitir todos os meus pensamentos e sentimos que o filme me suscitou, sem preocupação na coerência e na gramática)

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