quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Não compreendo esta ideia superficial de que tudo é substituível.
O teu cão morreu? Então, compra outro.Só a ideia de comprar animais já me é inatingível.
O teu namorado acabou contigo? Há mais peixes no mar. O quê? Isso é suposto consolar-me? Comparar ser humanos a peixes é bastante razoável e tudo.
Nunca entendi.
Esta ideia de substituir ser normal, ser uma regra. Que o que morre, é substituível, a vida continua. A vida continua, mas o que morreu, morreu, morreu em mim, em nós, transformou-se num vazio na minha alma, que ninguém, nada vai substituir.
Ficaria extremamente triste se as pessoas que amo pensassem que alguma vez as poderia substituir. Nunca. O amigo, o namorado, esses rótulos são palavras vagas. Somos tão densos, tão intensos.
As pessoas vão e vêm, é verdade, mas o que foi, não volta. E vamos procurar sempre o que foi perdido, e vamos achar que foi substituído pelos sentimentos que nos suscitam. Mas não. Cada pessoa é constituída por mínimas características que a definem, que nos fazem amá-las assim. Que não existem noutra pessoa. E é esta a magia das pessoas. Nada mais.

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