sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
A minha vida tem sido esta monotonia constante. Trabalho, casa, tentar preencher espaços vazios com pequenos prazeres, mas tudo se resume a esta palavra - monotonia-, que tanto me assusta. No entanto, não consigo fugir dela. Espontaneidade está longe de ser uma característica minha. Aventura também não faz parte de mim. Talvez, mas em pouca quantidade. Tenho pena, tanta pena, ter um corpo que aprisiona os desejos da minha alma.Ou o contrário? Não sei, nunca saberei provavelmente. Enerva-me profundamente ser assim, tão aprisionada a esta a realidade, não conseguir fugir dela, não conseguir saborear o mínimo de liberdade. Como me aterroriza o facto de talvez nunca o conseguir. A mudança sempre me assustou. Desde criança que a mudança me causava uma dor enorme no coração, porque amava a rotina, o normal. Que coisa horrível, esta! Sei que hoje é diferente. A mudança já é bem-vinda, lentamente. Coisas novas são calorosamente abraçadas, mas não as consigo encontrar, não tenho forças. E aqui estou, sentada nesta cadeira que me é tão familiar, a fazer o mesmo que fiz ontem e na semana passada. E os dias não acabam, nem a minha tristeza perante à realidade em que me encontro presa. É uma questão de hábito, tudo se torna um hábito, um puro aborrecimento de alma e espírito. Mas vivo. E assim continuarei, a respirar este ar sufocante que me mata lentamente por dentro.
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