segunda-feira, 28 de novembro de 2016

E tudo se

E se,
eu pudesse beijar-te as têmporas,
passar as minhas mãos geladas
pelas tuas costas quentes.
Na esperança
de me salvares
do gelo em que a minha alma se torna
nos dias de chuva.
E se,
eu te beijasse a nuca,
que anda nua em dias frios,
e passa-se as minhas mãos quentes,
nos teus ombros e clavículas,
como se me fossem estranhos,
completamente estranhos.
Tu,
uma novidade eterna.
Tu,
uma incógnita certa.


(está mais ou menos)

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

25-11

Eram 18 horas, um frio de rachar ao pé do rio, a comer bolachas depois de um longo dia para aguentar três horas a dançar. E, neste borbulhar de pensamentos e organizações mentais, olho para o rio Tejo. Ainda havia uma mísera luz do céu e as luzes da rua mergulhavam nas águas. Parei, desliguei, observei. E entrei num estado de perplexo total, absoluto. Não era mais a Inês conflituosa e complexada, era apenas um ser humano insignificante (continuo a ser) a olhar a simplicidade deste mundo e tive uma vontade tremenda de chorar. Chorar de felicidade, por poder, num curto intervalo do meu dia, observar a beleza que existe. Os brilhos da noite, o cheiro a maresía e o rio a meus pés. Pude respirar fundo. Pude livrar-me de todas os pensamentos que me corroem por dentro tantas vezes. E esqueço-me que preciso disto. Preciso de fugir a esta realidade, preciso de socorrer a pequenas coisas, à Natureza. Esqueço-me que sou feliz e inconsciente quando me deito na relva e olho as folhas das árvores. Esqueço-me que sou feliz quando abraço crianças, quando mergulho no mar, quando vou ver as flores da minha avó. A Natureza vale mais que toda esta complexidade existente em nós. Mas não é ela também complexa? Uma complexidade contrária à nossa, que se torna simples, talvez. Não sei, mas ela salva-me durante uns breves minutos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Vou escrever um pouco sobre a minha pessoa. Mas muito pouco. Apenas uma coisa vaga sobre mim.
Não sei se já outrora mencionei, mas a dança é uma das minhas paixões. A dança contemporânea, para ser exata. Sim, quando me afirmo como sendo pseudo-artista multifacetada, é verdade, lá tento criar qualquer coisa com as palavras, com traços e tintas, mas também com o meu corpo, e em breve, vou experimentar o teatro. Enfim, uma eterna curiosa pelo lado sensível da humanidade. Mas não é disso que venho falar, aliás, o que disse agora tão diretamente sobre o eu, acaba aqui (assim tentarei). Vou agora, descrever um acontecimento que me marcou hoje, dia 23 de Novembro de 2016.
Fui à aula de dança contemporânea, com um Professor que faz sempre exercícios de acontecimento fora do normal, que uma pessoa de fora que nos visse, acharia uma completa loucura ou então, realmente, que preenchesse o estereótipo da muito incompreendida dança contemporânea. Entendo que seja. Não é de todo uma dança para divertir, para entreter, para ser um momento agradável. Pelo menos, eu choro a ver esquemas de dança contemporânea. Mas esta modalidade é um mundo, há várias danças na dança contemporânea. Umas que puxam mais pelo pensamento e parte emocional, outras que nem tanto, mas tem essas características como base.
Continuando o episódio, o professor hoje pediu-nos uma coisa que me apeteceu, por um lado, fazer o exercício com garra, mas, por outro, fugir a sete pés."Vão ter de olhar diretamente nos olhos de outra pessoa, sem o desviar, e podem roubar olhares, mas nunca podem ficar a olhar o vazio, agarrem as pessoas". Terei sido a única naquela sala com 20 pessoas que fiquei ligeiramente em pânico? Olhar nos olhos durante minutos? Em movimento? Sempre me foi difícil olhar diretamente nos olhos das pessoas, nem sei bem explicar o porquê. Se capto o olhar de alguém, essa pessoa, essa cara, esse nome, fica eternamente na minha memória. Não vou esquecer as caras que olhei durante tanto tempo no dia de hoje. Será de mim, esta inquietação perante o olhar, o mais emocional, metafísico e misterioso membro do corpo humano? Sempre que o meu olhar encontra outro, uma onda de arrepios trespassa-me. Será isto uma espécie de magia? Um contacto visual, um contacto que acontece num universo paralelo, que une duas pessoas por breves segundos que, depois, passam a ser desconhecidos e esquecem-se no resto das suas vidas.
Olho as pessoas e imagino o que fazem, o que são, o que gostam, o que as motiva. E, talvez o olhar desvende mais que a boca. Talvez, essa ideia que o olhar nos dá de determinada pessoa é mais agradável do que ela realmente é. Talvez não, tenho a certeza que é quase sempre assim.
E olhei, profundamente, cada pessoa nos olhos. Uns castanhos, outros azuis, uns mais brilhantes que outros, uns sorridentes, outros tristes...E perguntava-me acerca delas, dos seus nomes, das suas paixões. Bem, tínhamos todos em comum a paixão pela dança contemporânea. É estranho, porque sempre que os encontrar dir-lhes-ei um breve olá, quando outrora conhecemos os olhos, o olhar, uns dos outros. Os nossos corpos entrelaçaram-se na dança, e os olhos, apenas abraços calorosos. E o verbo agarrar! Agarrem as pessoas, assim disse o professor. Não poderia concordar mais. É agarrar com toda a força.

Tudo isto é estranho de afirmar. É estranho de explicar. Talvez pensem que sou doida. Talvez seja. Provavelmente sim.

Drowned

Escrevi este poema random em inglês, primeiramente, portanto é esse o original, embora tenha feito tradução para português.



Sometimes,
I feel that,
inside me,
lives an entire ocean,
a deeply ocean - dark and blue,
full of life and death.
A mysterious amoung many others.
I feel strange,
unknown.
Maybe,
solitude provides this strange state,´
of being a hopeless dreamer,
with thoughts that consume me,
drowning into reality.


Às vezes,
Sinto que,
dentro de mim,
vive um oceano inteiro,
um oceano profundo- escuro e azul,
repleto de vida e de morte.
Um mistério entre tantos outros.
Sinto-me estranha,
desconhecida.
Talvez,
a solidão dá este estranho estado,
de ser uma sonhadora incurável,
com pensamentos que me consomem,
afogando-me na realidade. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Night Thoughts (idk)

Why are you like this,
why you do that to yourself,
just talk,
please talk.
Please, say something.
No one will judge you, I promise.
The world is waiting for you,don't miss it.

       -You don't understand, You can't feel what I feel. You don't know what is like to be surrounded by people and can't say a fucking word because there's sulfur inside of you, that melts you, breaks you, cuts up your words, You don't know. I wish I was like you. I wish I could say everything that comes up to my mind. I don't want to think so much, to think deeply about stuff.

You're so messed up. 
You're so special, you're so beautiful,
 please, I just want you to be happy, I don't want to see you sad, I don't want to think of you, closed up in your world, alone and feeling lonely. Please, don't do that.
 I care about you. I really do.

       -I know, thank you, I'm already crying, see? I feel too much, every word is like a knife in my heart, it can cut or shape it. It's so difficult. I'm so quiet it hurts. 

I want to fucking hug you and dry up those tears


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Todos estes autores que me rodeiam, que me familiarizo aos poucos, que vou conhecendo ao longo do tempo, fazem-me chegar a uma conclusão que nunca outrora tinha pensado. Os grandes autores, artistas, poetas, enfim, estes génios, têm, quase todos, algo em comum: a introversão. Noutro dia, li a autobiografia do Valter Hugo Mãe que este escreveu para o Jornal das Letras. Ainda não li um livro dele, mas a autobiografia disse-me muito sobre, sobre a sua infância, sobre a sua personalidade que nunca se alterou: o poder da observação, o silêncio, a solidão. E essa observação intrínseca, intensa, a eterna curiosidade das coisas, conseguiu ele transmitir pelas palavras, criar uma musicalidade entre elas e ser um grande escritor. Não apenas isso, mas realmente, conseguir ter o poder de dar sentidos às palavras, de fazer arrepiar o leitor, de nos fazer apaixonar pela sua escrita. Tudo isto senti a ler uma autobiografia de tamanho mísero, imagino os livros.
E concluí, que Valter Hugo Mãe não foi a única criança solitária, silenciosa, fora do vulgar. Os grandes génios são introvertidos. Não que eu seja um génio ou algo que se pareça, mas eu não fui uma criança diferente, antes pelo contrário. Hoje sou tudo o que não fui na minha infância. Era faladora, ria, abraçava as pessoas, era tão fácil dar a mão nessa altura. Mas fui-me moldando, fui-me tornando menos faladora, mais observadora, mais ouvinte, e também mais pensadora. Terrível livrarmo-nos daquela simplicidade feliz da infância, e o pensamento auto-destrutivo nos apoderar, nos derreter por dentro. Portanto, talvez nunca conseguirei alcançar este dom da escrita. Nunca serei especial. Não queremos todos ser especiais? Torna-se uma banalidade querer ser especial, querer ser diferente. Mas já fui mais igual, já fui mais simples. Não queremos todos destacar-nos? A vida não é como nos filmes. Ainda tento tornar a realidade nesta ficção com que me rodeio, neste mundo encantado em que vivo, aliás, onde o meu psíquico vive.
Portanto foi isto que pensei, que nunca serei especial, nunca me destacarei, porque nada faço que realmente valha a pena, as minhas palavras não são tão fortes como eu gostaria. Mas continuo a viver.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Review: Pride and Prejudice

This review is about the book, the movie and the TV Show. About this amazing story, that I so much love. I must apologize for my english, if I make any mistake, please, don't judge me.

I deeply love Pride and Prejudice, from an amazing author that I also like and read other books, Jane Austen. I already read the book, and watched the movie and the Tv Show from 1995 and I must say I loved them all. I confess that I love books who also have a movie, because when I finish a book, what really hurts the most, is saying goodbye to the characters, and a movie allows me to watch and always love a little bit more! Well, some movies I must say... But Pride and Prejudice is probably the story I love the most and my love for the book is just the same as the television productions.

I don't know why I love this story, honestly. It's a love story, in the XVIII-XIX centuries. About a man that falls madly in love with a woman, but not any woman. In that time, the duty of a woman was to be married, but a good marriage, of course, with a rich man, with a respectful profession, well seen by the society. Well, let me start by the beginnig. It's about a family, a couple that had the misfortune of conceiving five daughters: The Bennets. But the Bennet girls are very different among them. We have Jane and Elizabeth, the eldest girls, who are the prettiest and also, the smartests. Then, there's Mary, a little bit anti social (I confess that I really like her), Kitty and Lydia, the silliest girl in England, says Mr.Bennet, their father. I'll consider that you, reader, already know the story, at least you should. Elizabeth Bennet is the most amazing character of this novel. I think Elizabeth is probably one of the first feminists in literature, because she didn't really believe in marriage and she thought a little bit of her condition of being a female in a society ruled by man, but they say that Jane Austen was conservative, so I don't know, I guess is my opinion then.
Then, two young men came to leave near by this family and they all know each other in a Ball. These two young men, Mr.Bingley and Mr.Darcy, get acquainted with the Bennets, especially Mr.Bingley that falls in love with Jane. I just adore this idea of love, this way of only get to know the best part of a person, their appearance, the smiles and how they interact. They fall in love so easy in Jane Austen's novel, how envious I feel! And Mr.Darcy, that fell in love with Lizzy when he firts heard her, well, I understand, Lizzy is so sarcastic and intelligent, I'm with you Darcy. So yes, Jane Austen gives us this hopful and easy love.

We all know what Elizabeth feels about Mr.Darcy, that silent man, that speaks rudly to people, always seems indiferent to the feelings of others. She hated him, from the very first time she saw him. And then, she mets Mr.Wickham, a shameless and unchristian man, that knows Darcy since infancy and tells lies to Elizabeth about his character bla, bla, bla, we all hate him and we think, for a moment, that Elizabeth is a fool to believe in him. But Mr.Darcy, with is cold approach, we give Lizzy some credit.

Although Lizzy's indifference, Darcy declares to her. "You must allow me to tell you how ardently I admire and love you", Oh god, this words always melt my heart (I seem romantic but I am not, I just really like Romanticism, it's different!). But she hates him, he is a hateful man, full of pride and disdain. But we all know that this are prejudices, Darcy is a kind man, and do anything for the ones he truly cares, and love.

It's a novel about, not only love, but about judgements, and it's quite alike today! We judge people for what they dress, what he heard about them or what they had done, but people change and we have to know people to actually make a plausible judgment. I guess our society always lived through this shitty thought about appearance and past mistakes! People change, people are so much more then what they show to us, please, be kind, understand and hear people, before you judge. It can be a surprise. Elizabeth Bennet ends by loving Darcy, "most ardently"


(sorry again for any mistake)

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Lembras-te
daquela longa noite,
de lágrimas e de paixão.
Não eras meu,
eu não era tua,
mas o agora era nosso.
O meu corpo,
o universo do eu,
era teu, só teu.
E eu explorei o teu mundo,
poro a poro,
lágrima a lágrima.
Eras meu eras,
mas eu não soube agarrar esse mundo.

Sketches

Quando os professores dispersam, e eu mesma.