quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Sala cheia

De novo silêncio.
O silêncio mais belo.
Até mais belo que o silêncio entre amantes. É um silêncio para as pessoas, as centenas que aqui estão sentadas. Aqui somos livres de pensar. E ninguém pergunta.
Ninguém pergunta em que penso, no que escrevo, no que sinto, porque sorrio. Cada um está só, agora. Todos juntos para o silêncio. Todos sós num grito que só nós ouvimos. Quão belo é isto?
Os nossos pais, amigos, amantes, perguntam no que penso, no que quero fazer. Aqui, olhámo-nos, sorrimos e abraçamo-nos. Trocamos ideias, crenças, experiências. É só isto.
E depois, voltarei para o silêncio das minhas quatro paredes, ouvindo apenas os passos do gato e ouvindo os carros pela janela do meu quarto.
Todo o meu silêncio ficará aqui.
Levo comigo a sensação do silêncio, mas ele fica aqui como é, inaudível, sereno.

É um silêncio que me deixa calma. Até me dá para escrever. Será silêncio então?

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